O que significa Transprojetação?

A Transprojetação é uma metodologia fundamentada nas obras de Edgar Morin e Michel Thiollent.
EDUCAÇÃO, CIÊNCIA, TECNOLOGIA E GESTÃO PARA A SUSTENTABILIDADE com a Soft Systems Methodology e a Pesquisa-ação.



sexta-feira, 26 de julho de 2013

PRÓLOGO - CAMINHOS MARXIANOS - CONTINUAÇÃO

 "Estes textos, continua Morin, tem início na época de Arguments, quando o fato de adotar ou rejeitar o rótulo de marxista me parecia secundário. Entretanto, não houve então ruptura relativamente à época anterior em que me reconhecia marxista. Com efeito, meu marxismo era singularmente aberto, como testemunha L'Homme et la mort, escrito em 1948-50. Eu aí integrava a contribuição de diversas ciências humanas, o pensamento de Freud, Rank, Ferenczi, Jung, e alimentava-me de Heidegger e Sartre. Meu marxismo era caracterizado justamente por este traço integrador que visava apreender a multidimensionalidade do problema humano da morte; buscava uma "totalidade" que não fosse aditiva. Foi durante a caminhada de Arguments, que liguei minha inspiração à "totalidade" com a consciência adorniana, complementar e contraditória, de que a totalidade é a não-verdade.
Meu marxismo era de fato o de hegeliano-marxista no sentido de que ele não rompia com a filosofia (diferentemente de Naville e depois Althusser), mas não permanecia somente na filosofia. Sou fiel, mais que nunca, a esta concepção e toda a minha obra tenta ilustrá-la e desenvolvê-la.
Entretanto, cada vez mais fui percebendo que, doravante, Marx tornava-se para mim uma estrela, de primeira grandeza certamente, mas em meio a outras, numa rica constelação de pensadores tanto passados quanto contemporâneos.
"Ultrapassei" Marx integrando-o e não desintegrando,ainda que esta integração necessitasse de um certo deslocamento da estrutura de conjunto que assegurasse a coerência do sistema. "Completei" Marx onde julguei que havia carência e insuficiência, mas indo além de um neo ou pós-marxismo: precisava elaborar aquilo que, a partir de 1980, pude chamar de pensamento complexo. A "ultrapassagem" do marxismo continua a ser uma das vias para chegar ao pensamento complexo." (Os grifos são nossos) Edgar Morim (2002)

Observem que sem o conhecimento das obras de Marx e Edgar Morin, hoje, não há como se resolver os problemas do mundo. O que mais ouvimos dos políticos e gestores públicos e privados é a questão da situação atual, em que os mesmos se defrontam com a tal da alta complexidade. Na verdade, tudo foi "reduzido" à alta complexidade, como se fosse sinônimo de: "não temos como resolver isso", e por assim dizer: fica por isso mesmo...
O olhar desses gestores precisa se colorir com esse aprendizado, não há o que temer, ele existe para ser compreendido e não rechaçado, este aprendizado está aqui para ser utilizado. Desde 1980 que Morin tem se debruçado nessa questão - já se vão 33 anos e não existem aplicadores desses conceitos no nosso cotidiano psico-socio-cultural-ambiental.
Os problemas transbordam e não cessam, se acumulam sem se cumular, viram curvas para a direita e para a esquerda incessantemente, mas na verdade, não saem do mesmo lugar. Como eu sempre tenho dito é um círculo vicioso de mesma dimensão, que precisarão de diversos saltos quânticos, para trocarmos este círculo vicioso por círculos virtuosos, mesmo que estejamos no mesmo eixo de aprendizado, mas sem perdermos a direção de onde queremos chegar... Até aqui avançamos? Por que não?
Creio que quando atingirmos a evolução pretendida por Deus, não haverá morte, mas sim plenitude e descanso, pois a mudança se dará em nós mesmos, continuamente, sem que precisemos nascer e renascer coercitivamente e desesperadamente.


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