O que significa Transprojetação?

A Transprojetação é uma metodologia fundamentada nas obras de Edgar Morin e Michel Thiollent.
EDUCAÇÃO, CIÊNCIA, TECNOLOGIA E GESTÃO PARA A SUSTENTABILIDADE com a Soft Systems Methodology e a Pesquisa-ação.



sábado, 8 de dezembro de 2012

CONSULTORIA E TREINAMENTO EM GESTÃO PARA A SUSTENTABILIDADE


Quem tiver interesse em adotar a Gestão para a Sustentabilidade em sua organização, entrem em contato comigo por este Blog ou pelo meu e-mail. Ofereço treinamento e consultoria, através da aplicação da Metodologia Transprojetação.
Virginia Salerno - Dsc em Engenharia de Produção 
E-mail: virginiasalerno.salerno@gmail.com

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Brasileiros ainda adoecem por falta de saneamento básico, por EcoAgência

Estudo realizado pelo IBGE mostra grandes desigualdades entre as regiões brasileiras no acesso ao saneamento. Nessa situação, persistem doenças como diarreia e febre amarela, decorrentes da falta de serviços de água tratada e esgoto.

Por Raquel Júnia - Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV/Fiocruz)

Imagine se na sua casa não chegasse água encanada. Agora, imagine que o esgoto da sua rua corresse a céu aberto; ou que todo o seu esgoto doméstico e o de seus vizinhos fosse jogado no córrego mais próximo. Se você é morador de uma das 33 cidades brasileiras que não contam com abastecimento de água, ou de uma das mais de duas mil onde não há uma rede coletora de esgoto, sabe que esse cenário vai além da imaginação. De acordo com o Atlas do Saneamento 2011, divulgado recentemente pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), há uma grande desigualdade entre as regiões do Brasil no quesito saneamento. A partir dos dados da Pesquisa Nacional de Saneamento Básico (PNSB 2008), o Atlas mostra, por exemplo, que na região norte do país, apenas 3,5% dos municípios contam com esgotamento sanitário.
De acordo com o estudo, de 2000 a 2008 as condições de saneamento melhoraram levando-se em conta todo o território nacional, apesar disso, menos da metade dos domicílios brasileiros (45,7%) tem acesso à rede de esgoto. "Se a universalização da rede de abastecimento de água, coleta de esgoto e de manejo de resíduos sólidos constitui parâmetro mundial de qualidade de vida já alcançado em grande parte dos países mais ricos, no Brasil a desigualdade verificada no acesso da população a esses serviços ainda constitui o grande desafio posto ao Estado e à sociedade em geral nos dias atuais", considera o IBGE, na apresentação do Atlas.
De acordo com o Atlas, o saneamento, e mais especificamente o serviço de esgotamento sanitário, avançou mais onde a população mais cresceu, sobretudo nos grandes centros urbanos. Ainda assim, caso você seja morador de uma grande capital, mesmo do sudeste - a região que, segundo o Atlas, é a melhor desenvolvida em termos de saneamento -, pode ser que a poucos quilômetros de sua casa, você encontre situações visíveis de problemas nos serviços de esgoto. A menos de um quilômetro de onde esta reportagem está sendo escrita, no Rio de Janeiro, é possível ver esgoto sendo escoado em um canal de água, um grave problema, conforme alerta o relatório, sem contar o uso que essa população faz da própria água contaminada.

O tamanho do desafio
Contaminação das águas e do solo, adoecimento da população, deslizamentos e inundações: de acordo com o Atlas, todas essas são consequências da falta de políticas efetivas de saneamento básico. Mas para entendermos o tamanho do desafio que o Brasil tem nessa área, é preciso entender o que é saneamento. A professora da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (Ensp/Fiocruz), Simone Cynamon, define: "As pessoas confundem o saneamento com os elementos que o compõem, como abastecimento de água, esgotamento sanitário, coleta de lixo, drenagem pluvial. Tudo isso é a infraestrutura básica, e todos esses serviços compõem o saneamento. O ser humano é produtor de resíduos, bebemos água e geramos urina, por exemplo. A água que consumimos vem do rio, é tratada e chega até nós com um nível certo de potabilidade. Ao utilizarmos essa água, geramos um resíduo líquido. Então, toda essa água que descartamos, da cozinha, do banho, é esgoto. O saneamento, portanto, é essa ciência que trabalha a proteção do ser humano e do meio ambiente onde ele está inserido. Porque quanto mais se joga resíduo no meio ambiente, mais ele irá gerar doença no ser humano, é um ciclo vicioso", explica.
A professora observa que a preocupação do ser humano com esse cuidado é bastante antiga. "Na pré-história, só o fato de existirem poços para proteger a água já era uma medida de saneamento, só que as pessoas não definiam assim. Nos povos da América, no Peru, por exemplo, havia esquemas de captação de água de chuva, formas diferentes de lidar com os resíduos. Na Roma antiga, havia aquedutos, que é uma forma de conduzir a água. Então, o saneamento existia muito antes da sociedade que conhecemos existir", diz.
A professora ressalta que a população que não tem saneamento é adoecida. Ela destaca que, no Brasil, de 20% a 30% das habitações constituem assentamentos urbanos precários, situação acompanhada de problemas de saneamento. "Há problema de cólera, de hepatite. Mesmo que o esgotamento seja composto de 20% de matéria sólida e 80% de matéria líquida, esses 20% servem de matéria para bactérias e vírus se alimentarem. Há várias doenças de veiculação hídrica gravíssimas, cujo tempo de latência é de dez a 15 dias, de modo que só se perceberá o adoecimento depois. A diarreia que adquirimos muitas vezes não tem a ver com a alimentação, como geralmente se associa, mas é causada justamente por bactérias de água contaminada. Se você lava a fruta com água contaminada, está ingerindo esta contaminação", alerta.
O Atlas mostra que a média brasileira de internações por doenças relacionadas a problemas de saneamento diminuiu entre 1993 e 2008, passando de cerca de 750 a cada 100 mil habitantes para cerca de 300. Entretanto, só em 2008, nos estados do Pará e Piauí, ocorreram de 900 a 1200 internações para cada 100 mil habitantes - os piores estados brasileiros nesse aspecto, seguidos pelo Maranhão, Rondônia e Paraíba, com índices de internação entre 600 e 900 para cada 100 mil habitantes. Embora o quadro geral brasileiro aponte uma queda no percentual de internações por diarréia, o mapa das mortes por essa doença em 2009, também de acordo com o Atlas, mostra regiões críticas nos estados do Pará, Bahia, Piauí, Maranhão, nas fronteiras entre Paraíba e Rio Grande do Norte, e Goiás e Mato Grosso. A ocorrência de dengue é outro grave problema contido no Atlas. Dessa vez, estados da região sudeste também aparecem entre aqueles com maior incidência da doença. O maior número de casos se concentra, em ordem decrescente, nos estados de Sergipe, Rio de Janeiro, Roraima, Rio Grande do Norte, Tocantins, Espírito Santo e Goiás. Os estados com menores índices concentram-se no sul do país, como o Rio Grande do Sul e Santa Catarina. São Paulo também está os três estados com mais baixa incidência.

Por que não há saneamento?
O Atlas analisa quatro serviços constitutivos do saneamento básico, a rede geral de distribuição de água, a rede coletora de esgoto, manejo de resíduos sólidos e o manejo de águas pluviais. Em relação à distribuição de água, os dados mostram que é na região norte que a população recebe mais água sem tratamento - mais de 25% da água destinada para consumo humano nessa região não é tratada. O abastecimento de água cobre quase a totalidade do país, 99,4%. "Embora seja evidenciado um movimento no sentido da universalização do serviço de distribuição de água por redes de abastecimento, deve-se, contudo, ter em conta que o avanço demonstrado pelos números não significa o pleno atendimento do serviço à totalidade das populações residentes nos municípios. A pesquisa considera como servido todo município que apresenta ao menos um único distrito, total ou parcialmente contemplado com rede de abastecimento de água, independentemente da eficiência do serviço prestado e do número de ligações domiciliares à mesma", pondera o documento do IBGE. Segundo o estudo, existem 33 municípios brasileiros sem abastecimento total de água, entretanto, há outros 793, grande parte deles na região nordeste, nos quais o abastecimento é feito de maneira alternativa, por meio de cisternas ou outros mecanismos.
A coleta de resíduos sólidos, de acordo com o Atlas, também melhorou, embora a destinação desses materiais permaneça um desafio. Mais de 50% dos municípios brasileiros ainda recorrem a lixões para descartarem o lixo, apesar de a Lei Nacional de Resíduos Sólidos, que vigora desde 2010, preveja que até 2014 todos os lixões do país precisam ser fechados. Os serviços de manejo de águas fluviais também são mais estruturados nas regiões sul e sudeste. Neste aspecto, os municípios menores têm mais deficiências nesse tipo de serviço.
Os dados do Atlas confirmam que a maior deficiência do país está mesmo no esgotamento sanitário. O chefe do Departamento de Saúde Ambiental (Desa) da Ensp/Fiocruz, Paulo Barrocas, analisa por que há pouco investimento nesse tipo de serviço. "A rede de esgoto está enterrada, então, não é uma obra que todo mundo vê, está debaixo do solo. Outra questão é que ainda existe um pouco essa mentalidade de que a solução para a poluição é a diluição, então, eu posso jogar a minha poluição num corpo d'água receptor, aquilo será diluído e irá se resolver o problema simplesmente diluindo. Só que já está claro, com todas as alterações que nós temos nos corpos d'água receptores, que há uma grande contaminação, e não apenas em megametrópoles, mas também em cidades de médio e pequeno porte", explica.
A professora Simone critica o corporativismo que impede que soluções baratas sejam adotadas para resolverem os problemas de saneamento da população. "Há um corporativismo do cimento, do tubo PVC. Em países mais pobres se faz inclusive tubulação de rede esgoto de bambu, basta ter um bom preparo, mas não há interesse em fazer essa tecnologia de baixo custo", pontua. Para a pesquisadora, isso gera as grandes desigualdades reveladas no Atlas. "No Nordeste, há água a cem ou 200 metros abaixo da terra, basta escavar e fazer açudes, mas há um conflito de interesses que impede que isso seja feito. Dá para ter saneamento a baixo custo, mas outras coisas têm mais visibilidade política. O abastecimento de água ainda aparece mais, porque dá para fazer uma torre, por exemplo, mas o esgoto fica escondido, então não gera votos. Esse Atlas reflete a falta de políticas sociais", analisa.

Estações de tratamento não estão preparadas para retirarem novos resíduos
Paulo Barrocas alerta para um grave problema a ser enfrentado nas próximas décadas: o da qualidade da água. "Não é que a água irá desaparecer, mas se a qualidade dos nossos cursos d'água ficar muito ruim. Primeiro será muito caro tratar essa água porque ela estará muito contaminada, exigirá uma série de tratamentos mais caros.Segundo, pode chegar a um ponto que se torne inviável consumi-la", complementa. Ele diz que há hoje a contaminação da água por novos compostos, cientificamente chamados de xenobióticos, ou seja, substâncias sintéticas, que não são encontradas na natureza, mas produzidas em laboratório. O pesquisador explica que a grande dificuldade é que as estações de tratamento não estão preparadas para despoluírem a água e o esgoto desses tipos de substâncias.
"São contaminantes sobre os quais não se conhecia muito. O que se espera tradicionalmente de uma estação de tratamento doméstico é que ela tire matéria orgânica, carbono, nitrogênio, fósforo. Na estação de tratamento de efluentes industriais, isso vai depender do processo industrial. Por exemplo, se é um processo de uma indústria metalúrgica, que trabalhe com metais, será necessário algum processo químico de remoção dos metais, e esses são processos específicos. As estações convencionais de tratamento de água não foram pensadas para tirar, por exemplo, os hormônios - que são exemplos de xenobióticos -, que cada vez mais são lançados ", detalha.
O professor diz que se não houver procedimentos específicos para removê-los, esses materiais permanecem na água. "Esses produtos decorrem de uma série de atividades industriais, principalmente da petroquímica. São principalmente compostos orgânicos, como o bisfenol, que está no produto das mamadeiras. Os agrotóxicos também entram aí. Esses aditivos químicos que utilizamos muito nos alimentos industrializados para terem um aroma, um gosto e uma cor, também. E muitos desses aditivos podem desencadear alergias, principalmente em crianças que têm um sistema imunológico que ainda está sendo desenvolvido. Uma série dessas substâncias sintéticas é lançada no ambiente sem que tenhamos uma certeza absoluta de todo o dano que elas podem causar", alerta. Para o pesquisador, a solução é evitar que esses produtos sejam lançados no meio ambiente, pensando em modificações nos modelos de produção e consumo.

Problemas de saneamento e problemas sociais
Paulo Barrocas destaca que as regiões com os piores índices de saneamento são também aquelas nas quais outros direitos fundamentais são precários. Ele comenta sobre como as populações, dependendo do nível de renda e poder, são atingidas desigualmente pelas falhas de políticas públicas de saneamento. "Não se constrói aterro sanitário no Leblon [bairro da zona sul do Rio de Janeiro], se construirá em um local onde as pessoas não conseguem se mobilizar, porque ninguém quer ter um aterro perto de casa. A capacidade de mobilização e de influência dos diferentes grupos da sociedade está diretamente relacionada com o poder socioeconômico que elas têm.Eentão, às pessoas que tem menos poder, será imposto um maior peso pelos desastres ambientais", compara.
O pesquisador destaca que, entretanto, as condições de saneamento podem afetar todas as pessoas, mesmo em regiões distantes, tanto no interior quanto nas capitais. "Aqui no Rio de Janeiro, por exemplo, captamos água para consumo do rio Guandu. Uma cidade pequenininha pode estar contaminando o rio lá em cima e depois, nós aqui da cidade grande, vamos captar a água para beber. Às vezes a causa de um problema está em um lugar específico, mas as consequências do problema são deslocadas no tempo e no espaço. É difícil caracterizar as consequências de uma contaminação, porque às vezes aquilo irá acontecer 20 anos depois, ou dez quilômetros abaixo. Não tem como fazer uma fronteira e dizer: ‘olha, o vento não pode passar daqui para lá'. Os problemas ambientais, pela sua própria natureza, não respeitam limites políticos, geográficos, por isso necessitam sempre de uma ação conjunta", destaca.
O Atlas mostrou que as condições de saneamento melhoraram mais nas grandes capitais do que no interior. Para a professora Simone Cynamon, a questão do saneamento deve ser pensada a partir de bacias hidrográficas. "O nosso território é amplamente hídrico, então, essa questão de responsabilidades não pode ser dividida exatamente entre estados, municípios e federação. Como o saneamento não pode ser localizado, ele deve ser pensado na bacia hidrográfica como um todo", opina. O Altas também apresenta um estudo relacionando o saneamento às bacias hidrográficas. Em um dos mapas aparecem os locais onde há mais ameaça de poluição aos recursos hídricos, principalmente com o lançamento de esgoto. Há muitas ameaças detectadas em todo o território brasileiro, mas as regiões com maiores problemas são as litorâneas, com destaque para o Nordeste e o Sudeste.

Legislação
Apenas recentemente o Brasil elaborou duas legislações para abordar o problema dos resíduos sólidos e do saneamento como um todo. A Lei nº 11.445/2007 , regulamentada pelo Decreto nº 7.217/2010 estabelece diretrizes nacionais para o saneamento básico no País. Já a Política Nacional de Resíduos Sólidos foi instituída pela lei 12.305/2010 . "É preciso que todos os entes federados participem para que essas políticas sejam implementadas. Na questão dos resíduos sólidos, a sociedade também é um dos atores que estão previstos naquela política. Então, sem a política não se tem nada, mas é preciso tirar essa letra do papel e aí depende da mobilização da sociedade e do interesse dos governantes", avalia Paulo Barrocas.
A Secretaria Nacional de Saneamento Ambiental (SNSA), ligada ao Ministério das Cidades, está elaborando um Plano Nacional de Saneamento Básico (PlanSab) , conforme determina a lei 11.445. De acordo com a página eletrônica da Secretaria, o plano "será um instrumento fundamental para a retomada da capacidade orientadora do Estado na condução da política pública de saneamento básico e, consequentemente, da definição das metas e estratégias de governo para o setor no horizonte dos próximos vinte anos, com vistas à universalização do acesso aos serviços de saneamento básico como um direito social, contemplando os componentes de abastecimento de água potável, esgotamento sanitário, limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos, e drenagem e manejo das águas pluviais urbanas". A SNSA foi procurada pela reportagem para comentar os dados divulgados no Atlas do Saneamento 2011, mas respondeu, por meio da assessoria de imprensa, que ainda não havia concluído a análise dos resultados e que se pronunciará posteriormente. "Apesar de o saneamento como política pública remontar à década de 1930, quiçá ao século XIX, a dívida social com grande parte da população persiste enquanto um fato permanente na sociedade brasileira, constituindo um desafio a ser transposto em curto e médio prazos pelo Estado e pela sociedade em geral", conclui o Atlas de Saneamento 2011.

(EPSJV-Fiocruz/EcoAgência

EDIÇÕES SESC SP lançam coletânea de diários do pensador francês Edgar Morin, em Conversa Sustentável


Posso afirmar, entretanto, que é nos meus diários que dou o melhor de mim mesmo: são observações, reflexões, julgamentos nos quais me encanto ou me revolto, nos quais minhas qualidades literárias se expressam e desabrocham. (...) Ainda que eu seja percebido de maneira restrita como sociólogo e, por vezes, de maneira mais aberta, mas ainda classificadora e limitada, como “sociólogo filósofo”, sou antes de mais nada um ser humano que ama o que existe de maravilhoso na vida e tem horror ao que ela tem de cruel, um ser humano bastante comum enraizado nos séculos XX e XXI, que neles viveu e sofreu todos os grandes e pequenos problemas.
Edgar Morin, Diários, prefácio à edição brasileira. Paris, Fevereiro de 2012.

Teórico da complexidade, Edgar Morin pode ser considerado um dos principais nomes do pensamento ocidental que reúne em sua trajetória de vida um denso trabalho sistemático de pesquisa, de interpretação, criatividade e de experiências vividas que marcaram o século XX e XXI.
 coleçãoDiários de Edgar Morin, composta pelos títulos Diário da CalifórniaUm ano sísifo e Chorar, amar, rir, compreender, será lançada em São Paulo, no dia 30 de outubro (terça-feira)20h, no Sesc Pompeia (Teatro). O evento gratuito e aberto ao público, contará com a presença do autor. 
Aos 91 anos de idade, o intelectual evoca pelas palavras e pela livre linguagem de diários as suas reflexões, memórias e experiências. Como aponta o Diretor Regional do Sesc São Paulo, Danilo Santos de Miranda, na apresentação de Chorar, amar, rir, compreender: “(...) em seus diários, (há) uma relação estreita e simples com o complexo, com a tessitura intrincada das relações humanas, discorrendo livremente sobre os dias e suas idiossincrasias, suas percepções sobre fatos políticos e econômicos no planeta juntamente com o corriqueiro viver.”.
Na tênue espessura que não separa a vida da obra, mas a intensifica, encontra-se a figura do humanista Edgar Morin. “Meus diários não tem nada a ver com um diário literário, não visa minha “estatuificação” em poses nobres, mas minha “desestatuificação”, mostrando-me como uma pessoa comum que não esconde nenhuma de suas faltas e de seus erros.”, declara o pensador no prefácio brasileiro dos Diários.

Diário da Califórnia
Escrito no período em que Morin residiu na Califórnia, em 1969, a convite do Salk Institut (centro de pesquisas biológicas presidido por Jonas Salk, Prêmio Nobel de Biologia) onde conviveu com Jacques Monod - bioquímico e biólogo - e John Hunt - biólogo - dentre outros cientistas e pesquisadores que tinham como ponto comum desenvolver suas pesquisas e estudos com uma preocupação humanitária com o individuo e a sociedade.
Em Diário da Califórnia, segundo Adauto Novaes, que assina a orelha da obra “(...) o que observamos neste livro é uma sutil influência do espírito sobre si mesmo, da própria obra teórica e científica de Morin e sobre a vida do autor. (...) Seguindo a tradição de Rousseau, Morin propõe uma nova descoberta da subjetividade como fonte infinita da afetividade”.
Numa narrativa que mistura o rigor da teoria com divertidos acontecimentos, o autor foi buscar na Califórnia dos anos 1960/1970 elementos para dar corpo a suas ideias, desafiando com seu Diário os cânones estéticos e ideológicos que procuravam limitar a arte apenas à ficção.



Um ano sísifo
Com subtítulo Diário sobre o fim do século (1994), Um ano sísifo faz uma analogia com o mito de Sísifo, condenado pelos deuses a levar de volta, continuamente, uma grande pedra ao topo da montanha, depois de ter ela rolado pela enésima vez em direção ao vale. O pensador viu-se, nas palavras de apresentação do filósofo italiano Mauro Maldonato, que fez o texto de orelha desse Diário em “uma punição tremenda: recomeçar tudo, a cada vez, desde o começo. E de novo ainda. Até o infinito”.  
Um ano sísifo na história de um planeta cujas esperanças caíram e onde tudo parece ter que começar do zero. Um ano sísifo na vida de um homem (o autor) onde todas as resoluções para reformar sua vida afundam e que deve partir do ponto zero.
Esse diário caleidoscópico é ao mesmo tempo um espelho dos acontecimentos do mundo e o espelho daquele que os anota. Como o ponto singular de um holograma que traz em si o todo do qual ele faz parte, Edgar Morin viveu o ano sísifo de 1994.
Compõem ainda Um ano sísifo, fatos marcantes e transformadores na história, narrativas sobre a sua vida cotidiana e de eventos públicos, momentos de ternura e melancolia profundos, impressões e perguntas sobre nosso tempo e o contínuo embate entre o “presente da hesitação e uma possibilidade de um futuro”. A resistência que consiste na recusa da automatização dos dias e da vida ecoa no grito de alerta de que não é necessário render-se ao mundo assim, tal como ele parece. 

Chorar, amar, rir, compreender
Em Chorar, amar, rir, compreender, o filósofo espanhol Emilio Roger Ciurana, que escreveu o texto de orelha, enfatiza que o autor olha o mundo, olha a vida e a vive. Trata-se de um olhar e um viver que são reflexos de sua enorme complexidade, universalidade e da concretude da condição humana. Mas não se trata de um simples anotar num diário os eventos que ocorrem no mundo e de acontecimentos na vida cotidiana. Morin vai além de Spinoza, que frente aos acontecimentos do mundo dizia não ter sentido alegrar-se, nem chorar, nem odiar, trata-se de compreender. Morin afirma-se na vida e afirma a vida: “(...) frente aos acontecimentos do mundo faz sentido chorar, amar, rir, compreender".
Trata-se, no cotidiano, de resistir á barbárie humana de uma época bárbara, cruel, devido à incapacidade generalizada de ver a vida e o mundo além da linearidade, da previsibilidade e fragmentação.
A guerra dos Balcãs é um dos principais panos de fundo que ocupam muitas reflexões do texto, além da guerra étnica e o massacre em Ruanda, assuntos de saúde de sua mulher Edwiges com implicações do comportamento dos profissionais da medicina, da traição do amigo, fato que abalou profundamente o autor, viagens, conferencias, debates dentre outros.

sexta-feira, 19 de outubro de 2012

10% do PIB Brasileiro é pouco para resolver este enorme problema!!! No mínimo 30%, sem o qual nunca haverá Soberania!!!

Escassez de talentos no setor de óleo e gás deve se agravar por Projeto Pescar
A grande maioria das empresas do setor de óleo e gás (77,8%), ouvidas em uma pesquisa da consultoria de recrutamento Robert Half, segue otimista em relação às perspectivas de negócios no Brasil. O que preocupa boa parte dessas companhias (44,4%) para que consigam concretizar seus planos, no entanto, é principalmente a falta de mão de obra qualificada no mercado.
A saída para o problema tem sido buscar profissionais na concorrência - resposta de 37,5% -, investir na formação interna de talentos - 20,8% -, contratar estrangeiros e recrutar em outros setores - 12,5% para as duas últimas opções. Segundo os entrevistados, a maior dificuldade é encontrar talentos com experiência na área, inglês fluente e capacidade de trabalhar em equipe.
(Fonte: Valor Econômico)

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

ARTIGO:MERCADO IMOBILIÁRIO E AS ÁREAS CONTAMINADAS EM SÃ0 PAULO POR CONVERSA SUSTENTÁVEL

Outubro de 2012
Autoras: Profa. Msc. Vivian Ap. Blaso S.S. Cesar, Profa. Dra.Sasquia Hizuru Obata e Esp. e Geógrafa Ambiental Ellen Blaso.
A transição urbana, a desindustrialização em São Paulo, e as consequências das ocupações inadequadas do solo já foram amplamente discutidas em estudos anteriores, mas hoje o setor imobiliário está diante de um novo cenário: a redução de poder de compra de empreendimentos de imóveis de categoria média e seus redimensionamentos de produtos, a valorização de produtos comerciais diferenciados e de excelência e no extremo inferior o atendimento do déficit habitacional pelo programa de subsídio governamental - “Minha casa, Minha vida”. Tais cenários estão também sob a conjuntura e já em reconhecimento mercadológico dos impactos das pegadas sustentáveis, valorização de empreendimentos imobiliários com certificações verdes, bem como, a procura por estoques de áreas contaminadas em regiões com fortes pressões imobiliárias. Com isso, o setor vem sendo pressionado a requalificar áreas, e buscar por estes estoques, pois existe uma carência por ambientes “virgens” que poderiam ser ocupados para a concepção de novas construções.
O setor imobiliário é um importante agente indutor do processo de concepção da cidade, pois ele articula, através das parcerias público-privadas, as operações urbanas, mas de maneira geral nos aponta que existem lacunas nos aspectos de planejamento urbano da cidade e ocupações de terrenos contaminados e a falta conhecimento da população sobre os riscos inerentes a saúde humana recorrentes aos processos de ocupação nestes locais. Por isso, vale destacar, que se fazem necessários estudos complementares aos fenômenos de ocupação e expansão urbana as suas consequências e implicações nas ocupações em terrenos e áreas contaminadas ou áreas com passivos ambientais. Além disso, os cidadãos tem o direito de escolher se gostariam de morar em um imóvel cujo terreno fazia parte de um estoque de áreas contaminadas na cidade de São Paulo.
A partir da lei 13.577, de 09 de julho de 2009, todo cidadão tem direito de ter informações sobre as áreas contaminadas. A lei dispõe sobre diretrizes e procedimentos para a proteção da qualidade do solo e gerenciamento de áreas contaminadas, e dá outras providências correlatas. Dentre as medidas previstas podemos destacar:
Garantia à informação e à participação da população afetada nas decisões relacionadas com as áreas contaminadas;
Educação Ambiental;
Possibilitar o compartilhamento das informações obtidas com os órgãos públicos, os diversos setores da atividade produtiva e com a sociedade civil;
Cadastro de Áreas Contaminadas e Remediadas.
Mas o que é percebido é que hoje existe uma falta de conhecimento por parte da população dos riscos inerentes a saúde humana aos terrenos ou empreendimentos que apresentam este tipo de situação. Dessa forma, em função da forte tendência do setor imobiliário por novos estoques de áreas para o seu desenvolvimento se faz necessário estudos mais abrangentes em torno das ocupações das áreas contaminadas e a sua saudabilidade. Outro aspecto importante está na disseminação dessas informações junto à população no sentido de esclarecer e alertar sobre os riscos de tais terrenos sob a vida humana. Sabemos que esse tipo de informação vem à tona quando casos como o do Shopping Center Norte cujo teve grande respaldo das mídias onde a população tomou conhecimento que o Shopping havia sido construído em uma área contaminada e naquele momento estaria com risco eminente de explosão caso não fossem adotadas as medidas plausíveis ao devido gerenciamento dessa área contaminada.
De acordo com matéria publicada na TV Folha em 12 de agosto de 2012, a cidade de São Paulo possui 40 terrenos classificados como contaminados pela CETESB (agência ambiental paulista) estes terrenos estão nas mãos do setor imobiliário e 15 prédios já estariam prontos ou em fase de lançamento para comercialização.
Em outra matéria da Folha publicada em 30 de agosto obtemos as seguintes informações:
“Só no Estado de São Paulo, a CETESB cadastrou, até dezembro, 4.131 áreas contaminadas. Dessas, apenas 264 haviam sido reabilitadas. São terrenos com existência comprovada de poluentes no solo e nas águas subterrâneas”.
Perguntas curiosas deveriam ser feitas por parte dos consumidores caso eles tivessem consciência dessas informações sobre áreas contaminadas e seus riscos:
Quais os riscos a saúde humana caso o gerenciamento não seja realizado adequadamente?
Qual o tipo de contaminações essa população estaria exposta?
Quem deve gerenciar essa área e por quanto tempo?
Quais os sinais visíveis de possíveis problemas que poderiam causar inclusive explosões como foi o caso do Shopping Center Norte?
De quem é a responsabilidade pelo terreno, após a ocupação do empreendimento? Dos moradores, no caso de condomínios residenciais? Quais os custos de gerenciamento?
Por outro lado, o conhecimento por parte de empresários e construtores das tecnologias de remediação e descontaminação de terrenos, suas metodologias e custos passam a ser referenciais de viabilidades de empreendimentos imobiliários.
Viabilidades que são por princípio de atendimento a sustentabilidade de modo amplo e pelo próprio princípio de resgate de áreas pela melhoria ambiental e também como viabilidades de diferenciação do produto imobiliário através de pontuação em certificações.
No que concerne à viabilidade de empreendimentos e estoques de terrenos a serem utilizados em remediações e descontaminações, há ainda mais dois atores além dos usuários finais / população do entorno, empresários e construtores, ou seja, os investidores e o poder público, ambos importantes para as viabilidades destas ações, a saber:
Os investidores veem como diferencial de sustentabilidade a aplicações de seus fundos em empreendimentos sob estas condições de remediações e descontaminação, vendo a precificação diferenciada e valorização não só do imóvel como da imagem mercadológica.
O poder público, no momento possui bases normativas, mas ainda residem questionamentos sobre as formas de certificações e aprovações e ainda a falta de incentivos para estas ações.
Contudo, o setor imobiliário, vem utilizando recursos da “publicidade verde” para proporcionar uma plasticidade entre o presente e o futuro na comercialização de empreendimentos cujos terrenos foram construídos em áreas contaminadas sendo assim, questões morais e éticas que envolvem os terrenos contaminados em São Paulo devem ser discutidos e colocados na pauta da sociedade civil, do poder publico e do interesse privado.
Ao considerarmos o meio artificial como os terrenos contaminados e o meio ambiente como dispositivo de urgência poderíamos considerar que a sustentabilidade vem se reafirmando como um meio capitalista de utopia por um futuro melhor?
Um planeta ingovernável onde se convoca a participação da sociedade por uma cultura de paz com cidades resilientes - será que estaríamos mesmo "preocupados" em resguardar uma comunidade que ocupa terrenos contaminados colocando em risco a saúde e a vida das pessoas?

SOBRE AS AUTORAS:

Vivian Ap.Blaso Souza Soares César - Doutoranda e Mestre em antropologia - Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, membro do corpo docente do curso de Pós Graduação Lato-sensu em Construções Sustentáveis e Publicidade e Propaganda da FAAP. vivianblaso@uol.com.br
Sasquia Hizuru Obata - Doutora em Arquitetura e Urbanismo, Mestre em Engenharia Civil, Docente nos cursos de Arquitetura e Urbanismo e Engenharia Civil da FAAP e Universidade Cruzeiro do Sul e Coordenadora do Curso em nível de Pós-graduação Lato-sensu em Construções Sustentáveis da FAAP. sasquia@terra.com.br
Ellen Maria Blaso de Souza - Geógrafa Ambiental, Especialista em Gerenciamento de Áreas Contaminadas, Educação Ambiental Empresarial e Sócia da Consultoria e Assessoria Mercadológica Conversa Sustentável. ellenblaso@conversasustentavel.com.br

quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Dificuldade de encontrar mão de obra qualificada por Projeto Pescar

Dos 192 milhões de brasileiros, 93 milhões estão aptos a trabalhar. O descompasso entre as oportunidades de emprego e a falta de mão de obra qualificada para ocupar estes postos de trabalho foi notícia do Jornal Nacional. De acordo com a Organização Internacional do Trabalho, cerca de 90% dos novos empregos no Brasil com carteira assinada exige pelo menos o ensino médio completo, o antigo colegial. Só que quase metade dos trabalhadores não completou nem o ensino fundamental, da primeira à oitava série. E 16% enquadravam-se na condição de analfabetos funcionais, aqueles que, embora consigam ler, não são capazes de interpretar textos ou fazer as operações matemáticas mais simples.
O problema aparece mesmo entre quem já terminou o ensino médio. Os recrutadores tiveram que incluir até ditado nos testes por causa dos erros em textos de funcionários nas empresas. Um teste feito por um aluno do terceiro ano de economia. De 30 palavras ditadas ele errou 28.

Projeto Pescar – Qualifica jovens em situação de vulnerabilidade social para o mundo do trabalho, através de uma Tecnologia Social própria, que cria espaços de qualificação e desenvolvimento pessoal no interior de organizações parceiras.

Conheça www.projetopescar.org.br



sexta-feira, 14 de setembro de 2012

A EDUCAÇÃO PARA A COMPLEXIDADE, COM O ALVO PELA PAZ

A educação mundial segue um paradigma greco-positivista que ainda divide as pessoas em doutos - aqueles que pensam, daqueles que fazem - realizam, utilizam suas forças de trabalho. Além disso  e por conta disso, classificam, dividem e desintegram o conhecimento em várias partes, quando deveríamos integrar as diversas disciplinas, para dessa forma, compreender e transformar para muito melhor, o planeta em que vivemos. Essa transformação só se dá de duas maneiras, ou pelas armas, ou pela educação para uma visão e ação complexa no mundo. E temos certeza, somos partidários da segunda, enquanto esse mundo que ai está ainda se partidariza pela primeira.
Para seguirmos o universo da Paz e não da Guerra, será necessário mudar os métodos educacionais, enquanto há tempo. Essa é a minha luta, essa é a minha vida.

sexta-feira, 10 de agosto de 2012

ABNT NBR ISO 20121, para Gestão da Sustentabilidade em Eventos, será lançada em São Paulo

Norma Internacional que está sendo utilizada na Olimpíada de Londres teve a participação do Brasil e pode ser utilizada na Copa de 2014 e Olimpíada de 2016
Acontecerá no próximo dia 13 de agosto, a partir das 19h, o lançamento da ABNT NBR ISO 20121:2012, Norma de gestão que visa privilegiar o uso de práticas sustentáveis na organização de eventos de qualquer natureza. Seu lançamento, seguido de coquetel, será no Centro de Convenções Rebouças, em São Paulo. O evento contará com a presença de associações do setor de eventos e turismo e de autoridades públicas. Até o momento, já foi confirmada a presença da Secretária de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência, Linamara Rizzo Battistella. A norma internacional ISO 20121, que teve a participação de 35 países, tendo a Inglaterra na coordenação e o Brasil, através da ABNT, na secretaria geral, foi utilizada para que a Olimpíada de Londres fosse organizada de maneira sustentável. Graças aos esforços de diversas associações, entidades e órgãos governamentais brasileiros ligados direta ou indiretamente à área de eventos, e que tiveram participação ativa na elaboração, a Norma foi traduzida e publicada. Prevê-se que ela seja utilizada para a organização da Copa de 2014 e da Olimpíada de 2016, ambas sediadas no Brasil.De acordo com o diretor de Sustentabilidade do Instituto Brasileiro de Eventos – IBEV, chefe da delegação brasileira e coordenador da Comissão de Estudo Especial de Sustentabilidade na Gestão de Eventos (ABNT/CEE 142), que participou da elaboração da ISO 20121, Daniel de Freitas, vale destacar que as regras são de cunho orientativo. “A Norma é por conformidade, e suas metas são voluntárias, porque dependem do caráter de cada evento”, afirma. Sua aprovação foi apenas a primeira etapa e, como toda norma, no decorrer do tempo passa por aperfeiçoamentos e adequações de acordo com a realidade de cada país. Descomplicada de ser implementada, a Norma auxiliará as empresas nas tomadas de decisões, no que diz respeito ao uso da sustentabilidade em suas atividades relacionadas a eventos. Ela se adéqua aos diversos tipos e tamanhos de organizações envolvidas no projeto e execução de eventos, e acomoda diferentes condições geográficas, culturais e sociais. As empresas que têm o interesse de promover eventos em conformidade com a ISO precisam, em primeiro lugar, definir as questões internas e externas relevantes à sustentabilidade e à finalidade de seu evento. Nesse contexto, a organização deve identificar quais os públicos de interesse com relação a seus eventos e, a partir daí, adotar procedimentos para avaliar os impactos nos âmbitos ambiental, social e econômico gerados de / para esses públicos.Podem ser considerados, entre outros, os seguintes impactos:· Aspectos ambientais – utilização de recursos, escolha de materiais, conservação de recursos, redução das emissões, preservação da biodiversidade e da natureza, emissão de poluentes no solo, na água e no ar, transporte e logística, descarte de resíduos, etc.· Aspectos sociais – normas de trabalho, saúde e segurança, liberdades civis, justiça social, comunidade local, direitos indígenas, questões culturais, acessibilidade, equidade, patrimônio e sensibilidades religiosas, inclusão, geração de empregos e renda, comunicação, capacitação, legados, etc.· Aspectos econômicos – retorno sobre o investimento, incentivo à economia local, capacidade do mercado, valor das partes interessadas, inovação, impacto econômico direto e indireto, presença de mercado, desempenho econômico, risco, comércio justo e participação nos lucros, ética, geração de renda e emprego, etc.
O lançamento tem o apoio e participação das seguintes entidades: Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT); Associação Brasileira de Empresas e Eventos (ABEOC); Academia Brasileira de Eventos e Turismo (ABEVT); Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (ABIH); Associação Brasileira dos Centros de Convenções e Feiras (ABRACCEF); Associação dos Profissionais, Serviços para Casamento e Eventos Sociais (ABRAFESTA); Associação de Marketing Promocional (AMPRO); Associação Brasileira das Operadoras de Turismo (BRAZTOA); Instituto Brasileiro de Eventos (IBEV); Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (INMETRO); Sindicato das Empresas de Promoção, Organização e Montagem de Feiras (SINDIPROM/SP); União Brasileira dos Promotores de Feiras (UBRAFE) e Secretaria de Direitos da Pessoa com Deficiência/SP.O site www.eventosustentavel.orgoferece mais informações sobre a Gestão da Sustentabilidade em Eventos.
Sobre a ABNTA ABNT é o Foro Nacional de Normalização por reconhecimento da sociedade desde a sua fundação em 28 de setembro de 1940 e confirmado pelo governo federal através de diversos instrumentos legais. Tem a missão de prover a sociedade brasileira de conhecimento sistematizado, por meio de documentos normativos, que permita a produção, a comercialização e uso de bens e serviços de forma competitiva e sustentável nos mercados interno e externo, contribuindo para o desenvolvimento científico e tecnológico, proteção do meio ambiente e defesa do consumidor.Sobre Daniel de Freitasde sustentabilidade e coordenador da Comissão de Certificação e Normatização do Instituto Brasileiro de Eventos (Ibev), é coordenador da Comissão de Estudos Especiais CEE 142 que elabora a norma ISO 20121 de Gestão Sustentável de Eventos, é representante brasileiro ISO, capacita profissionais, treina consultorias, realiza cursos e palestras sobre o tema Sustentabilidade em eventos, sendo referência nesse mercado. Trabalha com diversas empresas parceiras como: Associação Brasileira dos Centros de Convenções e Feiras (ABRACEF), Associação Brasileira de Empresas e Eventos (ABEOC), Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social, Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE), Sindicato das Empresas de Promoção, Organização e Montagem de Feiras (Sindiprom) e União Brasileira dos Promotores de Feiras (UBRAFE).Sobre o IBEVO Instituto Brasileiro de Eventos (IBEV) tem a missão de gerar e implementar soluções em certificação, capacitação e pesquisa, voltada para os setores Público, Privado e Associativo nas áreas de eventos e turismo, como parceiro das entidades afins. Trabalha para ser reconhecido como um centro de excelência na habilitação e atualização de estudantes e profissionais ao disponibilizar conhecimento de ponta para criação, gestão de projetos, pesquisas e estudos que visem o fomento e o desenvolvimento destas áreas.

Serviço
Lançamento da ABNT NBR 20.121:2012Data: 13 de agosto de 2012Horário: às 19hLocal: Centro de Convenções Rebouças - Av. Dr. Enéas de Carvalho Aguiar, 23, 05403-912 - São Paulo – SPEstacionamento: Av. Rebouças, 600 - Cerqueira César - 05402-000 - São Paulo – SP (entrada acessível)Informações: 11 3898-7850

terça-feira, 3 de julho de 2012

Ignacy Sachs: desenvolvimento sustentável só é possível com intervenção do Estado no mercado | Agência Brasil


http://www.boainformacao.com.br/2012/07/ignacy-sachs-desenvolvimento-sustentavel-so-e-possivel-com-intervencao-do-estado-no-mercado-agencia-brasil/

July 3, 2012

Por Agência Brasil, Agência Brasil, Atualizado: 01/07/2012 19:23
Vladimir Platonow
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro – O desenvolvimento ambiental não pode ser dissociado das questões sociais e econômicas. Mas para haver uma relação de equilíbrio entre essas vertentes, é preciso intervenção do Estado para conter o mercado, que de forma geral não se preocupa com os custos sociais e ambientais. Essa visão é defendida há mais de 40 anos pelo economista Ignacy Sachs que, aos 85 anos de idade, é considerado o criador do termo desenvolvimento sustentável.
Ele participou das três grandes conferências das Nações Unidas sobre o meio ambiente: Estocolmo 72, Rio92 e Rio+20, quando falou sobre o tema. Em entrevista à Agência Brasil, ele fez um balanço das últimas décadas e avaliou os possíveis avanços na área.
Fundador do Centro Internacional de Pesquisa sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento na Escola de Altos Estudos de Ciências Sociais de Paris, Ignacy Sachs se apresenta como ecossocioeconomista, pois entende que ecologia, sociologia e economia são conceitos integrados.
‘Historicamente tivemos a economia política, depois simplificaram só para economia. Aí voltamos, nos últimos 40 anos, a uma visão bidimensional, de olhar a economia e a sociedade. Depois acrescentamos o segmento ambiental e formamos um tripé, passando a pensar em uma ecossocioeconomia.’
A partir desse conceito científico, foi desenvolvido o termo ecodesenvolvimento, que se popularizou principalmente a partir da Rio92 e que evoluiu para desenvolvimento sustentável, mais usado atualmente. ‘É uma visão do desenvolvimento em que os objetivos são sempre os sociais, existe uma condicionalidade ambiental e, para que as coisas aconteçam, é preciso dar às propostas uma viabilidade econômica.’
Para ele, o conceito se justifica pela maneira holística de avaliar a realidade. ‘Há duas maneiras de olhar o planeta. Uma consiste em considerar que o mundo é um bolo, que depois é cortado em visões unidimensionais: economia, sociologia e ecologia. Depois vêm aqueles que partem do conjunto e tentam pensar quais são as dimensões pertinentes para o problema.’
Nascido na Polônia, em 1927, Ignacy Sachs veio para o Brasil aos 14 anos de idade, onde se formou em economia na Universidade Cândido Mendes no Rio de Janeiro. Em 1954, voltou à Polônia e depois foi para a Índia, onde cursou doutorado na Universidade de Nova Delhi. Mais tarde, sua ligação com o Brasil fez com que ele fundasse em 1985, na Escola de Altos Estudos de Ciências Sociais de Paris, o Centro de Pesquisas sobre o Brasil Contemporâneo.
Embora reconheça que até hoje nenhum país adotou plenamente o conceito de desenvolvimento sustentável, ele é otimista quanto à inclusão do termo nas políticas públicas atuais. ‘Nesses 40 anos [desde Estocolmo 72] avançamos muito nessa ideia de abrir a cabeça dos que fazem a política sobre a necessidade de se contemplar conjuntamente essas três dimensões. É difícil hoje encontrar um dirigente que não reconheça a importância do social e do ambiental. A mensagem foi absorvida.’
Porém, o economista reconhece que, se houve evolução na aceitação da teoria, faltaram avanços na prática. A devastação ambiental não parou desde as duas conferências das Nações Unidas sobre o meio ambiente. Pelo contrário, só aumentou.
‘Os governos não decidem tudo. Na verdade vivemos em uma economia em que os empresários têm muito a dizer. Não vivemos em uma economia pública, mas sim em uma economia público-privada, na qual as decisões, os projetos, os investimentos não estão em uma só mão. Temos uma multiplicidade de atores que têm interesses distintos, muitas vezes conflitivos’, destacou.
Edição: Talita Cavalcante e Lana Cristina
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sexta-feira, 11 de maio de 2012

ESCOLA INFANTIL DE TRÂNSITO – PARQUE DOS PATINS


A criação da Escola de Trânsito no Parque dos Patins, na Lagoa tem como objetivo difundir a conscientização e formação de uma cultura apropriada para o uso da bicicleta como um veículo urbano na cidade do Rio de Janeiro.
O Centro de Comunicação e Educação para o Trânsito da CET- Rio tem levado às escolas do município e outras instituições o Curso de Educação Cicloviária, para incentivar o uso da bicicleta como meio de transporte e não apenas um instrumento de lazer ou prática de exercícios.
Com a nova proposta de recuperação da orla da Lagoa Rodrigo de Freitas surgiu a oportunidade da criação da Escola de Trânsito para Educação Cicloviária, incluindo um projeto de ciclovia para treinamento dos alunos. O traçado da ciclovia tem por objetivo criar o maior número de situações com as quais os ciclistas se deparam no dia a dia e apresentar a sinalização viária voltada para o uso da bicicleta.
Para não interferir no paisagismo do Parque dos Patins, toda sinalização vertical (placas, semáforos etc.) será removível, ou seja, somente serão colocadas nos momentos em que as aulas estejam sendo realizadas, sendo retiradas imediatamente assim que cada aula termine.

domingo, 22 de abril de 2012

O Fórum Permanente de Desenvolvimento Estrategico do Estado do Rio de Janeiro Jornalista Roberto Marinho tem a satisfação de convidá-lo para o evento "Iniciativa Satoyama: um modelo para o desenvolvimento sustentável regional".


SENHORES 
OLHANDO ESTE EVENTO, FICO CADA VEZ MAIS TRISTE COM O DESCASO DOS BRASILEIROS QUANDO SE TRATA DE TRABALHOS DOS PRÓPRIOS BRASILEIROS. 
EM 2003 EU E O MEU ORIENTADOR DE DOUTORADO ESCREVEMOS UMA METODOLOGIA UNIVERSAL PARA SE COLOCAR O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL NA PRÁTICA, EM QUALQUER LUGAR DO MUNDO. 
ALGUÉM SE INTERESSOU EM SABER DISSO? 
CLARO QUE NÃO!!! 
SAÍ DA POLÍTICA (ENQUANTO CHEFE DE GABINETE DO SENADOR SATURNINO) E ESTOU SAINDO DA DIRETORIA DO CLUBE DE ENGENHARIA ESTE ANO, SEM O RECONHECIMENTO DESTE TRABALHO. 
E O MAIS TRISTE, EM PLENA RIO + 20, QUANDO TODOS AINDA ESTÃO BATENDO CABEÇA SEM SABER O QUE FAZER COM ESTA REUNIÃO. 
ENFIM...EM PAÍS TUPINIQUIM, SANTO DE CASA NÃO FAZ MILAGRES.
ABRAÇOS 
VIRGINIA SALERNO

sexta-feira, 20 de abril de 2012

Sobre a insustentabilidade das Grandes Cidades

Tentarei escrever sempre quando tiver tempo, sobre a INSUSTENTABILIDADE NA PRÁTICA.
Hoje falo sobre uma das suas origens, que está na FALTA DE EDUCAÇÃO, e que por conseguinte, gera o EGOÍSMO.

Andava eu pelas estreitas calçadas do bairro de Botafogo, na Rua São Clemente, quando três moças resolveram parar na minha frente e de outras pessoas que precisavam passar, para comentarem delas mesmas. O que nós tivemos que fazer? Andar pela rua no meio fio, arriscando a vida... isto é um exemplo de INSUSTENTABILIDADE... enquanto se falam tanto sobre a SUSTENTABILIDADE!!!
"O bicho homem/mulher é o único bicho que acha que não é bicho" (frase de uma Consultora em RH)

domingo, 15 de abril de 2012

TOK STOK JÁ ERA!!!

POIS É. HOJE FOI A VEZ DA INICIATIVA PRIVADA. ESTOU HÁ QUASE 20 DIAS AGUARDANDO UMA MESA QUE COMPREI NA TOK STOK. PARA MINHA SURPRESA MARCARAM PARA HOJE A ENTREGA, MAS PASMEM, QUANDO O MONTADOR COMEÇOU A MONTAR A BENDITA MESA, FALTAVA UMA PEÇA... 
É E AGORA, MAIS QUANTO TEMPO VOU TER QUE ESPERAR...??? DEFESA DO CONSUMIDOR, HELLOOOOOOOOOOOO!!!

sábado, 14 de abril de 2012

AS CONSEQUÊNCIAS DA CORRUPÇÃO


Hoje levei quase três horas e meia para chegar no município de Belfort Roxo. Sai de Copacabana às 16h40min e cheguei lá às 20h. Que país é esse meu Deus? Poderiam existir menos Carlinhos Cachoeiras e maior infraestrutura não acham?
Falando em corrupção. Se APENAS um desses políticos envolvidos falasse a VERDADE, tenham certeza rapaziada, o Senado, as Câmaras Federal, Estadual e Municipal seriam destruídas e terminava-se com a história da República do Brasil... Apenas UM hem!!!

segunda-feira, 9 de abril de 2012

"Erradicar pobreza requer padrão sustentável, diz embaixador"

Lendo esta reportagem abaixo, já que a moda agora é a RIO+20, observei a afirmação mais lúcida em referência ao que deveremos buscar nesta Conferência : "Na conferência, nada será terminado. Será começado. Temos de ser hábeis para criar um estilo de vida mais sustentável", ressaltou"....
Mas para buscarmos este estilo de vida, há que ser ensinado para todas as idades (líderes principalmente) COMO pensar e "fazer" o desenvolvimento sustentável. Palavras vão ao vento, atitudes não. Seguir uma Metodologia, um Método específico, para o atingimento do Desenvolvimento Sustentável como seguimos o Método Científico até hoje e com bastante sucesso (para os séculos XVIII, XIX e XX), é buscar a solução para os problemas do Século XXI.
Líderes: querem de verdade fazer alguma coisa pelo mundo? Aprendam a TRANSPROJETAÇÃO ou metodologias semelhantes,  transforme-as em projetos de lei nas escolas, nas praças, nas instituições, na família, nas empresas, adotem a sua aplicação pelo mundo. Basta isso, é uma mudança cognitiva, estruturante, e não a retórica e suas belas palavras.

"Em 2050, a classe mais pobre deverá diminuir em todo o mundo, o que levará mais de 90 bilhões de pessoas a serem incluídas na classe média, disse nesta terça-feira o diretor do Departamento de Meio Ambiente do Ministério da Relações Exteriores, embaixador André Aranha Corrêa do Lago. Para garantir que todas essas pessoas tenham acesso à tecnologia e ao desenvolvimento é preciso investir em padrões sustentáveis, segundo o diretor.

"É possível que tenhamos diferentes fórmulas, dependendo da região. Mas é possível erradicar a pobreza. Temos de ter padrões sustentáveis, pensar no próximo passo", disse ao participar de reunião com parlamentares da União Europeia e do Brasil sobre a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20.
"Na conferência, nada será terminado. Será começado. Temos de ser hábeis para criar um estilo de vida mais sustentável", ressaltou.
O deputado Alfredo Sirkis (PV-RJ), integrante da subcomissão da Câmara criada para tratar da Rio+20, disse que o principal desafio do encontro será simplificar as discussões sobre desenvolvimento sustentável e economia verde, considerados os principais pilares do evento.
"O desafio é tentar simplificar. Ou vamos nos afogar em um mar de palavras, como frequentemente ocorre", disse o parlamentar. Ele lembrou que a Rio+20 não é uma conferência apenas sobre o clima, como foi a Eco 92, mas sim um evento mais abrangente, que deve reunir diferentes iniciativas complexas. "Vinte anos depois, é importante pensar o que foi feito", reforçou.
A deputada da Espanha Pillar Del Castillo tem a mesma opinião. Para ela, existem diversas iniciativas, como a Agenda 21 e os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio, que podem dificultar a objetividade das conversas. "O problema é que estamos tão confusos com tantas coisas que só falamos, falamos, falamos". Para ela, é preciso dar ênfase "em eficiência, inovação e tecnologia".
De 13 a 22 de junho, o Rio de Janeiro será a sede mundial das discussões sobre desenvolvimento sustentável, erradicação da pobreza, inclusão social, produção e consumo de recursos naturais. Pelos dados dos organizadores, mais de 90 presidentes e primeiros-ministros confirmaram presença. A expectativa é que mais de 50 mil pessoas participem das discussões." APUD PORTAL TERRA.