O que significa Transprojetação?

A Transprojetação é uma metodologia fundamentada nas obras de Edgar Morin e Michel Thiollent.
EDUCAÇÃO, CIÊNCIA, TECNOLOGIA E GESTÃO PARA A SUSTENTABILIDADE com a Soft Systems Methodology e a Pesquisa-ação.



quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Mais Chuva Menos Mata = Tragédia

(+) chuva (-) mata = Equação foi fatal para a tragédia na Serra Fluminense, dizem especialistas

26/01/2011 - 13:34 - Terra da Gente, com info do Greenpeace/ Ag. Brasil

Que choveu além do que poderia na região serrana do Rio de Janeiro, na já maior tragédia ambiental do Brasil, não há como negar. Mas a explicação também está nos números.
Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), nos últimos 60 anos, vem aumentando gradativamente a intensidade das águas que despencam do céu no Brasil. Tanto que chuvas acima de 50 mm por dia, na década de 50, era coisa rara. Hoje tempestades assim ocorrem entre duas a cinco vezes por ano (isso só na cidade de São Paulo).
Mas é preciso pontuar. O que ocorreu em Nova Friburgo foi sem precedentes. No dia de maior temporal foram 182,8 mm de chuvas. Isso equivale a dizer que para cada metro quadrado da cidade, quase 183 litros de água caíram do céu. Em Teresópolis, os números também falam por si: 124,6 mm de chuva.
Soma-se a isso, há outro agravante: a destruição da Mata Atlântica, quase sempre ocupada irregularmente, em áreas de encostas instáveis e terreno fofo. Só no Estado do Rio de Janeiro, mais de 80% das matas deste bioma já foram desmatadas.
Para a escritora e ambientalista Anne Raquel Sampaio, que mora no Parque do Imbuí, um dos bairros mais afetados pela catástrofe em Teresópolis, a tragédia ocorrida por lá nada mais é que resultado do processo de ocupação da Mata Atlântica. “Nós não estamos aqui simplesmente sobre o solo de Teresópolis, e sim sobre o solo da Mata Atlântica, um bioma que precisa ser mais respeitado”, salientou.
Segundo dados do INPE e da ONG SOS Mata Atlântica, ela tem razão. Na última década, o ritmo de desmatamento do bioma se manteve o mesmo: em torno de 34 mil hectares/ ano (ou o equivalente a quase 350 mil campos de futebol de mata nativa). Ao todo a Mata Atlântica perdeu 93% de sua cobertura florestal (e o Cerrado segue o mesmo caminho: já foi devastado pela metade).
“Eventos extremos, que tendem a aumentar por conta das mudanças climáticas, têm sido cada vez mais freqüentes e intensos. Se há dúvidas sobre como lidar com o problema, existe ao menos a certeza de que a solução não é a derrubada de mais floresta”, diz Nicole Figueiredo, coordenadora da Campanha de Clima do Greenpeace.
Anne Raquel Sampaio, que se mudou há 25 anos para a cidade serrana fugindo da violência urbana do Rio e em busca de um pouco mais de paz e de contato com o verde, segue num discurso semelhante.
“Você não pode construir uma mansão sobre uma encosta que é linda, e dizer que aquilo ali é ecológico só porque algumas árvores foram preservadas”.
Na verdade, ainda de acordo com Anne, aquela área não deveria ser ocupada, nem por mansão nem por ninguém. “As pessoas que constroem essas casas sonham com um mundo melhor para elas, mas não param para analisar que esse mundo melhor precisa, antes de tudo, que a gente respeite a natureza”, reforça.
Anne conta que há 25 anos, em Teresópolis, “o clima era mais frio, e a cidade tinha menos favelas e menos gente”, lembra. Mas esse cenário mudou muito. “Como a maior parte das cidades brasileiras, Teresópolis foi construída às margens de um rio, o Paquequer, hoje um grande esgoto atravessando a cidade. Esse rio às vezes fede, mas a população faz de conta que esse fedor não existe.”
Atualmente, segundo o Greenpeace, o Brasil tem mais de 40 milhões de hectares de Áreas de Preservação Permanente ocupadas irregularmente, uma área equivalente ao Estado de Minas Gerais. Muitas destas regiões desmatadas estão em municípios em calamidade pública, caso de Petrópolis e Teresópolis, que já perderam 70% de sua cobertura florestal.
E segundo a ambientalista Anne, a tragédia atual mostra que o risco da ocupação irregular é igual para pobres e ricos. E chama a atenção para o fato de que a propaganda imobiliária desses condomínios de alto padrão não corresponde à realidade.
“A água precisa caminhar, chegar ao mar. Se agente constrói em cima do caminho da água, ela vai achar esse caminho de uma forma ou de outra”. Para ela, a solução não pode ser apenas técnica: “A questão ambiental só vai ser resolvida quando a gente olhar tudo isso com o coração, pensar em como impedir que as crianças morram, porque usamos recursos públicos para tudo, menos para cuidar da natureza.”



Boatos espalhados pela internet agravam o pânico em Teresópolis - Rio - Extra Online

Boatos espalhados pela internet agravam o pânico em Teresópolis - Rio - Extra Online

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

BIG BROTHER BRASIL POR ANTONIO BARRETO

Antonio Barreto,

Cordelista natural de Santa Bárbara-BA,
residente em Salvador.


Curtir o Pedro Bial
E sentir tanta alegria
É sinal de que você
O mau-gosto aprecia
Dá valor ao que é banal
É preguiçoso mental
E adora baixaria.

Há muito tempo não vejo
Um programa tão ‘fuleiro’
Produzido pela Globo
Visando Ibope e dinheiro
Que além de alienar
Vai por certo atrofiar
A mente do brasileiro.

Me refiro ao brasileiro
Que está em formação
E precisa evoluir
Através da Educação
Mas se torna um refém
Iletrado, ‘zé-ninguém’
Um escravo da ilusão.

Em frente à televisão
Lá está toda a família
Longe da realidade
Onde a bobagem fervilha
Não sabendo essa gente
Desprovida e inocente
Desta enorme ‘armadilha’.

Cuidado, Pedro Bial
Chega de esculhambação
Respeite o trabalhador
Dessa sofrida Nação
Deixe de chamar de heróis
Essas girls e esses boys
Que têm cara de bundão.

O seu pai e a sua mãe,
Querido Pedro Bial,
São verdadeiros heróis
E merecem nosso aval
Pois tiveram que lutar
Pra manter e te educar
Com esforço especial.

Muitos já se sentem mal
Com seu discurso vazio.
Pessoas inteligentes
Se enchem de calafrio
Porque quando você fala
A sua palavra é bala
A ferir o nosso brio.

Um país como Brasil
Carente de educação
Precisa de gente grande
Para dar boa lição
Mas você na rede Globo

Faz esse papel de bobo
Enganando a Nação..

Respeite, Pedro Bienal
Nosso povo brasileiro
Que acorda de madrugada
E trabalha o dia inteiro
Dar muito duro, anda rouco
Paga impostos, ganha pouco:
Povo HERÓI, povo guerreiro.

Enquanto a sociedade
Neste momento atual
Se preocupa com a crise
Econômica e social
Você precisa entender
Que queremos aprender
Algo sério – não banal.

Esse programa da Globo
Vem nos mostrar sem engano
Que tudo que ali ocorre
Parece um zoológico humano
Onde impera a esperteza
A malandragem, a baixeza:
Um cenário sub-humano.

A moral e a inteligência
Não são mais valorizadas.
Os “heróis” protagonizam
Um mundo de palhaçadas
Sem critério e sem ética
Em que vaidade e estética
São muito mais que louvadas.

Não se vê força poética
Nem projeto educativo.
Um mar de vulgaridade
Já tornou-se imperativo.
O que se vê realmente
É um programa deprimente
Sem nenhum objetivo.

Talvez haja objetivo
“professor”, Pedro Bial
O que vocês tão querendo
É injetar o banal
Deseducando o Brasil
Nesse Big Brother vil
De lavagem cerebral.

Isso é um desserviço
Mal exemplo à juventude
Que precisa de esperança
Educação e atitude
Porém a mediocridade
Unida à banalidade
Faz com que ninguém estude.

É grande o constrangimento
De pessoas confinadas
Num espaço luxuoso
Curtindo todas baladas:
Corpos “belos” na piscina
A gastar adrenalina:
Nesse mar de palhaçadas.

Se a intenção da Globo
É de nos “emburrecer”
Deixando o povo demente
Refém do seu poder:
Pois saiba que a exceção
(Amantes da educação)
Vai contestar a valer.

A você, Pedro Bial
Um mercador da ilusão
Junto a poderosa Globo
Que conduz nossa Nação
Eu lhe peço esse favor:
Reflita no seu labor
E escute seu coração.

E vocês caros irmãos
Que estão nessa cegueira
Não façam mais ligações
Apoiando essa besteira.
Não deem sua grana à Globo
Isso é papel de bobo:
Fujam dessa baboseira.

E quando chegar ao fim
Desse Big Brother vil
Que em nada contribui
Para o povo varonil
Ninguém vai sentir saudade:
Quem lucra é a sociedade
Do nosso querido Brasil.

E saiba, caro leitor
Que nós somos os culpados
Porque sai do nosso bolso
Esses milhões desejados
Que são ligações diárias
Bastante desnecessárias
Pra esses desocupados.

A loja do BBB
Vendendo só porcaria
Enganando muita gente
Que logo se contagia
Com tanta futilidade
Um mar de vulgaridade
Que nunca terá valia.

Chega de vulgaridade
E apelo sexual.
Não somos só futebol,
baixaria e carnaval.
Queremos Educação
E também evolução
No mundo espiritual.

Cadê a cidadania
Dos nossos educadores
Dos alunos, dos políticos
Poetas, trabalhadores?
Seremos sempre enganados
e vamos ficar calados
diante de enganadores?

Barreto termina assim
Alertando ao Bial:
Reveja logo esse equívoco
Reaja à força do mal…
Eleve o seu coração
Tomando uma decisão
Ou então: siga, animal…

Salvador, 16 de janeiro de 2010.

domingo, 23 de janeiro de 2011

CATÁSTROFES E TECNOLOGIA POR CANAGÉ VILHENA

A catástrofe da região serrana serviu também para mostrar a distância que existe entre a Administração Pública e o conhecimento técnico-científico para garantir boas condições de vida nas cidades.
Durante todo o século XX a engenharia, arquitetura e demais profissões da área tecnológica foram usadas apenas para fortalecer o crescimento econômico em detrimento do desenvolvimento urbano sustentável, expressão que, aliás, só entra nos dicionários do poder público a menos de 50 anos. Assim mesmo para aformosear discursos oficiais.
A engenharia, arquitetura, agronomia só foram regulamentas no Brasil em 1933, através do Sistema CONFEA-CREA, garantindo, todavia o direito dos “leigos” continuarem no exercício destas profissões, enquanto servidores públicos pelo menos até 1966.
O Código Florestal cuja criação é de 1934, somente em 1965 teve introduzido no seu texto o conceito de Áreas de Preservação Permanente- APP, como topo de morros, encostas íngremes, áreas de proteção nas margens dos cursos d’água.
O Urbanismo como ciência surgiu no Brasil na década de 1930, mas o poder público preferiu, durante a primeira metade do século passado, usar as técnicas da assim denominada “engenharia urbanística”, que se caracterizou pela construção de grandes rodovias, com os viadutos que assolam a paisagem urbana, tipo minhocão Costa e Silva em S. Paulo e a Perimetral do Rio, cujos prefeitos agora tentam implodir.
A profissão de geólogo foi regulamentada no Brasil em 1962, e com ênfase maior na atividade de extração mineral. A participação deles no controle do uso e ocupação do solo só existe no RJ, no nosso município (Geo-Rio).
Até então desmontaram morros, degradaram encostas, explodiram pedreiras e desmontaram saibreiras para fazer aterros, tudo na base do “deus dará”.
As encostas foram ocupadas por ricos e pobres sem medir as suas conseqüências porque não se exigiam laudos técnicos para garantir a segurança das ocupações.
A profissão de meteorologista só foi regulamentada no Brasil em 1980. Até então a previsão do tempo era feita pelos e pescadores (“o mar não está pra peixe). Mas até hoje a Prefeitura do Rio prefere ouvir o COBRA CORAL- caboclo “arretado” de bom na previsão do tempo
Um município como o Rio de Janeiro que tem uma das populações mais esclarecidas do país no qual os prefeitos servem como "CAMBONOS" para “entidade espiritual” (Caboclo Cobra Coral) que faz controle metereológico, deixando de lado os conhecimentos científicos da Geotécnica e da Meteorologia, dá bem a dimensão de como é tratada a questão do controle urbanístico-ambiental para evitar desastres temporais.
Com todo o respeito aos orixás.
O Sistema Nacional de Meio Ambiente - SISNAMA, que regulamentou o licenciamento ambiental é de 1986, tem apenas 25 anos de idade. Ainda Não funciona como sistema.
O Controle do Uso e Ocupação do Solo, que deve ser tratado também como sistema fundado no Plano Diretor, surgiu como exigência constitucional depois de 2001.
Os prefeitos Rio de Janeiro até hoje insistem em não aplicar o Plano Diretor aprovado em 1992. O atual e os 2 últimos ex-prefeitos defendem a ocupação das encostas como remédio para evitar a favelização.
Assim como o governador já defendeu.
A política urbana apareceu pela primeira vez na Constituição Federal em 1988, mas regulamentada pelo Estatuto das Cidades apenas em 2001.
Porque o conhecimento técnico científico não é aproveitado?
A tecnoburocracia é dominada pela política eleitoreira sem responsabilidade social. Só “sobe” na Administração Pública o técnico que atende ao “patrão” = dirigente político, como “pau mandado”.
Há exceções, mas a ocupação de cargos públicos por engenheiros e arquitetos não foi capaz de resolver os graves problemas urbanos.
Raimundo de Paula Soares é um exemplo excepcional, que “comandou” Negrão de Lima na política urbana, renovou o Rio e trabalhou para preparar o “RIO PARA O ANO 2000”. Depois bagunçaram tudo.
Os demais foram apenas a “voz do dono do poder”, mas vivem como marajás do serviço público (existe sim!).
Quem contesta a política eleitoreira vai para a “geladeira” ou é tratado como “maluco”.
Os "donos do poder” não ouvem a voz do conhecimento cientifico.
Agora para enfrentar as conseqüências da calamidade da região serrana surge um grande movimento de voluntários.
A Cruz Vermelha dá um ótimo exemplo de organização para atuar nestas situações.
Numa situação de calamidade pública como esta toda mobilização emergencial de voluntários é muito importante.
Mas em face da cultura de desprezo do poder publico pelo conhecimento técnico-científico é necessária muita cautela para garantir uma boa organização e bom êxito na recuperação das cidades.
Um dos grandes problemas que se verifica é a identificação dos mortos com trabalho de pericia medica.
Também será necessária a pericia técnica para identificar áreas de risco em terrenos (por engenheiros de geotecnia e geologia), de edificações (engenheiros civis e arquitetos) e para avaliação do valor dos imóveis para fins de desapropriação e indenização.
Se o governo federal agora cogita aplicar penalidades contra o administrador público que permitir construções em áreas de risco, pode-se concluir que há uma grande responsabilidade da gestão municipal pelos danos ocorridos, ainda que a calamidade tenha origem em eventos naturais; mas garantir a incolumidade pública é um dever das prefeituras.
O cumprimento desta obrigação de forma aleatória apenas para fugir de futura responsabilização, poderá levar as prefeituras a adotarem métodos não científicos para avaliação das condições de risco e do valor patrimonial para fins de indenização pelas perdas e danos.
Noticias vindas da região serrana informam que o Instituto de Pesquisas Tecnológica- IPT, de S. Paulo está com voluntários dando suporte técnico à Defesa Civil na tarefa de análise de risco para fins de remoção das famílias.
Não se sabe, contudo, se há profissionais suficientes que garantam necessária capacidade legal para avaliação dos direitos de quem teve o patrimônio material destruído pela incúria da Administração Pública.
Esta é uma tarefa que deveria ser tratada pelas entidades que compõem o Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura, o CREA-RJ, QUE NÃO FOI EXTINTO!
O CREA-RJ, através do seu presidente, só apareceu para explicar a decisão saída do Seminário do Clube de Engenharia que aprovou resolução sobre o problema de acidentes nas encostas.
Em outros momentos como estes a direção do CREA-RJ rapidamente colocava toda sua maquina à disposição para colaborar com autoridades.
Devemos lembra que o CREA-RJ tem diversas Inspetorias e Postos de Atendimento que poderiam estar servindo de alguma maneira, pelo menos para mobilizar os profissionais. Além dos veículos que podem servir para levar donativos e transportes de pessoal (muitos fiscais) para reforçar as sedes de Petrópolis, Teresópolis e Nova Friburgo.
Estas inspetorias deveriam ser nossas referencias.
É também preciso lembrar que o CREA-RJ é uma instituição formada por diversas entidades profissionais e instituições de ensino.
Nas cidades de Petrópolis, Teresópolis e Friburgo há entidades profissionais, com representação no CREA-RJ e outras que congregam profissionais como:
Associação de Engenheiros e Arquitetos de Petrópolis, de Teresópolis, de Friburgo;
Escola de Engenharia da PUC- Petrópolis; Associação de Engenharia de Segurança de Teresópolis;
Delegacia do IAB-RJ de Teresópolis; Clube d e Engenharia de Friburgo.
No Rio de Janeiro o Instituto de Engenharia Legal- IEL, entidade que congrega profissionais (engenheiros e arquitetos) especialistas em pericias e avaliações, de âmbito estadual, poderia contribuir mobilizando junto com a direção do CREA-RJ, seus associados para garantirem um bom atendimento da Engenharia-Arquitetura Pública, que foi criada por Lei, mas até hoje completamente desconhecida pelos gestores públicos no nosso Estado.
Enfim, está na hora dos profissionais da área tecnológica, através do CREA-RJ e das instituições e entidades que compõem o seu plenário, mostrar ao poder público a importância da Engenharia - Arquitetura Pública.
Assim como não se pode tratar as vítimas fatais como indigentes, os sobreviventes não podem ter seus prejuízos colocados na vala comum da indigência a que podem ser condenados pela perda de todos os bens.
A desgraça de um país coloca na pauta a necessidade do aplicar o conhecimento tecnico-científico para evitar novas tragédias.
NÃO É MAIS ADMISSÍVEL DESENVOLVER CIDADES APENAS PARA ATENDER AO CRESCIMENTO ECONÔMICO SEM RESPONSABILIDADE SOCIAL.
NÃO É MAIS POSSÍVEL FAZER PERICIAS NA BASE DO “OLHÔMETRO”, OU DO PALPITE SEM CONHECIMENTO CIENTIFICO.
OS PROFISSIONAIS DA ÁREA TECNOLÓGICA DEVEM EXIGIR DO PODER PÚBLICO QUE SEJAM RESPEITADAS E ADOTADAS AS DECISÕES DAS CONFERÊNCIAS DAS CIDADES PARA O DESENVOLVER O PLANEJAMENTO URBANO COM VISTAS A ORGANIZAR CIDADES AMBIENTAL E SOCIALMENTE SUSTENTÁVEIS.

Canagé Vilhena.

sábado, 22 de janeiro de 2011

NOTÍCIAS DE TERESÓPOLIS: CONJUNÇÃO DE FATORES E UM MISTÉRIO - MARTIUS DE OLIVEIRA

Havia uma barragem no meio do caminho...
Aqui vai mais outra. Ontem de noite, um amigo de meu Pai, que nós chamamos carinhosamente de Pereira, natural daqui de Teresópolis e que trabalha como ouvidor da prefeitura, recebeu inúmeros relatos de que muitos habitantes só sobreviveram devido a um estrondo muito forte e de um tremor de terra moderado, forte o suficiente para acordá-las e fazer com que elas saíssem correndo de casa debaixo de um temporal com as roupas do corpo. Em muitos locais escutou-se um estrondo muito forte. Isso imediatamente me lembrou dos relatos de minha avó, que era japonesa e morava em uma área de intensa atividade sísmica. Ela sempre me falava dos animais domésticos que se agitavam e de segundos depois escutar um estrondo forte que começava logo antes da terra começar a tremer. Quanto às imagens de destruição pelas águas tão mostrada pela mídia em Teresópolis no bairro de Campo Grande, o que as pessoas ainda não sabem é que toda a água fornecida naquela região era paga a uma concessionária particular, a Parâmetro Empresa Imobiliária.
O bairro de Campo Grande é como uma bacia cortada por um pequeno rio e com casas que o margeiam em seus flancos até o alto das montanhas. Subindo ainda mais existem duas represas, uma da CEDAE e outra denominada represa do Inconha. A represa do Inconha é que pertence a Parâmetro Imobiliária. Esta represa em determinados pontos chega a ter 40m de profundidade pois ela se aproveita da topografia dos grotôes que vão se estreitando à medida que se chega próximo aos cumes. Lembro a todos que as montanhas são muito íngremes nesta região e que as altitudes nesta parte da serra dos órgãos chega a ultrapassar 2000 metros de altitude em vários pontos, o que dá ao fluxo de água uma tremenda energia potencial. O que ninguém ainda relatou é que esta represa do Inconha com milhares de toneladas de água se rompeu e ficou totalmente destruída. Esta represa ficava num local de difícil acesso já sem casas ou quaisquer habitações, por isso poucas pessoas tem conhecimento dela. A represa da CEDAE entretanto não rompeu.
Outrossim, dois geólogos especialistas vieram de Brasília ontem para levantar através da análise dos padrões de deslizamento, topografia do local, faixa de área atingida, etc a possibilidade de uma possível atividade sísmica estar implicada como um fator adjuvante junto às fortes chuvas na gênese dos deslizamentos. Há sim, relatos locais de que a chuva foi muito intensa como jamais havia sido testemunhado por alguns moradores. Portanto, acredito que tenha havido uma conjunção de fatores. Eu sei que existe uma área denominada hidrosismologia que estuda a relação entre abalos sísmicos e a preciptação de chuvas intensas nos dias anteriores. Mas observem bem, até a catástrofe, Teresópolis vinha registrando nos dias e semanas anteriores um regime de chuvas absolutamente normal para época, talvez um pouco acima da média, mas nada que justificasse atividade hidrosísmica. Outros também podem argumentar que o estrondo seria causado pelas pedras rolando dos locais de deslizamento. Se isso fosse de fato o que aconteceu a velocidade dos acontecimentos seria tão alta que as pessoas teriam somente alguns segundos para escapar pois a chuva pesada e a mata densa amortecem muito o som, além do fato das pessoas estarem dormindo. Por mais que uma pedra de 20 toneladas rolasse de um penhasco, isso não justifica o tremor moderado que as pessoas sentiram em diversos pontos da região afastados mesmo dos locais de deslizamento.
Devo destacar também que muitas pessoas sentiram pequenos tremores nos dias que antecederam ao grande evento. Outra coisa que diversas pessoas me relataram foi a quantidade espantosa de relâmpagos que ocorreram mesmo antes da tempestade se intensificar. Curioso, decidi pesquisar alguma relação entre relâmpagos e atividades sísmicas e pelo que entendi, pequenos abalos sísmicos contínuos em uma região geram pulsos de energia eletromagnética que ionizam a atmosfera em suas camadas mais altas e que estavam pensando em utilizar este efeito de ionização para prever terremotos*. Lembram que no Chile e no Peru diversos relâmpagos apareceram antes, durante e após os abalos sísmicos? Podem verificar isso na Internet.
Uma coisa é certa, chuva não rompe represa com estruturas firmemente apoiadas em rocha cristalina. Fiquei muito, mas muito impressionado com a avaliação contundente, profundamente segura e objetiva deste grande especialista da Cruz Vermelha em catástrofes e sobre as reais dimensões que ele nos ofereceu do que realmente aconteceu. Seu filho era também resgatista da Cruz Vermelha, tinha 20 anos de idade e morreu no ano passado em uma missão de resgate no exterior. Foi ele mesmo quem achou o corpo do filho boiando no mar cinco dias depois, e foi ele mesmo quem teve que necropsiar o seu filho para ter certeza de que o corpo era mesmo dele. Ele chorou muito ao nos relatar o ocorrido e todos nós também choramos e ficamos muito comovidos. Ele falou que era um crime humanitário e sanitário não retirarmos os corpos das pessoas soterradas, pois para cada pessoa que morre e não é mais encontrada debaixo da lama, morre também uma família em cima dela. Bairros inteiros desapareceram, e segundo suas estimativas, somente em Teresópolis, no mínimo mais de 6.000 vítimas estão sepultadas debaixo de metros de lama e entulho e um grande desastre sanitário está apenas começando...

Martius de Oliveira

*Alguma coisa dessa leitura me fez lembrar sobre HAARP, a harpa que os anjos não tocam (procurem ler um pouco mais sobre o assunto).

http://minhamestria.blogspot.com/

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Reprise: 'Brasil não é Bangladesh. Não tem desculpa'

Enviado por Ricardo Noblat - 14.01.2011

13h06m
Geral
Reprise: 'Brasil não é Bangladesh. Não tem desculpa'
O Estado de S.Paulo

"O Brasil não é Bangladesh e não tem nenhuma desculpa para permitir, no século 21, que pessoas morram em deslizamentos de terras causados por chuva."
O alerta foi feito pela consultora externa da ONU e diretora do Centro para a Pesquisa da Epidemiologia de Desastres, Debarati Guha-Sapir. Conhecida como uma das maiores especialistas no mundo em desastres naturais e estratégias para dar respostas a crises, Debarati falou ao Estado e lançou duras críticas ao Brasil. Para ela, só um fator mata depois da chuva: "descaso político."
Como a senhora avalia o drama vivido no Brasil?
Não sei se os brasileiros já fizeram a conta, mas o País já viveu 37 enchentes, em apenas dez anos. É um número enorme e mostra que os problemas das chuvas estão se tornando cada vez mais frequentes no País.
O que vemos com o alto número de mortos é um resultado direto de fenômenos naturais?
Não, de forma alguma. As chuvas são fenômenos naturais. Mas essas pessoas morreram, porque não têm peso político algum e não há vontade política para resolver seus dramas, que se repetem ano após ano.
Custa caro se preparar?
Não. O Brasil é um país que já sabe que tem esse problema de forma recorrente. Portanto, não há desculpa para não se preparar ou se dizer surpreendido pela chuva. Além disso, o Brasil é um país que tem dinheiro, pelo menos para o que quer.
E como se preparar então?
Enchentes ocorrem sempre nos mesmo lugares, portanto, não são surpresas. O problema é que, se nada é feito, elas aparentemente só ficam mais violentas. A segunda grande vantagem de um país que apenas enfrenta enchentes é que a tecnologia para lidar com isso e para preparar áreas é barata e está disponível. O Brasil praticamente só tem um problema natural e não consegue lidar com ele. Imagine se tivesse terremoto, vulcão, furacões...

CADEIA PRODUTIVA DO DESASTRE DA REGIÃO SERRANA

CADEIA PRODUTIVA DESTE E DE OUTROS DESASTRES DA NATUREZA E DO HOMEM: 1.CRIANÇAS NASCENDO ESTIMULADAS PELO CAPITALISMO DESVAIRADO E PELA IGREJA. AFINAL PRECISAMOS DE CONSUMIDORES E DOADORES. 2. AS CRIANÇAS NASCEM E CRESCEM, FORMAM AS SUAS FAMÍLIAS E CONSTROEM OU COMPRAM AS SUAS CASAS. 3. ONDE? EM QUE ESPAÇO? ATÉ ONDE EU SEI NO PLANETA TERRA, NOS CONTINENTES, NOS PAÍSES, NOS ESTADOS, NOS MUNICIPIOS. 4. COMO POSSO ESCOLHER ONDE MORAR? POR DINHEIRO OU PELO PEQUENO ESPAÇO QUE SOBROU? NAQUELA MONTANHA, NAQUELE RIO PRÓXIMO, NAQUELA PLANÍCIE, NAQUELE APARTAMENTO CONSTRUIDO E A VENDA. 5. SE VOU CONSTRUIR PRECISO DE DINHEIRO, SE PRECISO DE DINHEIRO, PRECISO DE TRABALHO OU DE DOAÇÕES GOVERNAMENTAIS. 6. AS DOAÇÕES GOVERNAMENTAIS ESTÃO ASSOCIADAS AO VOTO. É UMA TROCA ENTRE CIDADÃOS E GOVERNANTES, OU POLÍTICOS QUE QUEREM SE TORNAR GOVERNANTES 7. UM LUGARZINHO AQUI QUE SOBROU, UM MATERIAL DE CONSTRUÇÃO ALI QUE FOI DOADO... VAMO QUE VAMO... 8. ENQUANTO ISSO ESTÃO OS MESMOS GOVERNANTES SE PREPARANDO PARA UMA NOVA ELEIÇÃO. 9. SANEAMENTO, ESTRADAS, INFRAESTRUTURA, COLETA DE LIXO SÓ SÃO COBRADOS PELOS CIDADÃOS QUEM TEM CONSCIÊNCIA E EDUCAÇÃO. 10. ENTÃO PARA QUE FAZER ISSO, TÃO CARO, TÃO DEMORADO, NÃO VAI DAR TEMPO ATÉ A PRÓXIMA ELEIÇÃO. 11. REMENDA DAQUI, REMENDA DALI... 12. E VC CARA QUE SABE ALGUMA COISA, QUE ESTUDOU, NÃO VEM ME PERTUBAR, NÃO VEM ENCHER MEU SACO, MEU TEMPO É CURTO, REPETE O POLÍTICO. 13. POR SUA VEZ O BOBO DO TÉCNICO, CONHECEDOR INSISTE, PRECISA DE PESQUISA, LEVANTAMENTO DE DADOS PARA QUE O SENHOR TOME A MELHOR DECISÃO, QUE CONSTRUA A MELHOR OBRA... 14. MEU FILHO ISSO DEMORA MUITO. DEIXA ACONTECER QUE EU GANHO COM O ACONTECIMENTO, COM MAIS VERBAS E MAIS PUBLICIDADE... 15. A POPULAÇÃO ACREDITA, ESQUECE, FICA FELIZ E É ESTIMULADA A TER MAIS FILHOS, COM AS PUBLICIDADES, COM AS NOVELAS, PELA FAMOSA COERÇÃO SOCIAL... E ASSIM O CÍRCULO VICIOSO CONTINUA...

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

A TRAGÉDIA DE TERESÓPOLIS

EU TENHO UMA CASA DE VERANEIO EM TERESÓPOLIS EM CONDOMÍNIO FECHADO. INFELIZMENTE UM DOS NOSSOS MELHORES FUNCIONÁRIOS QUE ME AJUDA COM OBRAS NA MINHA CASA PERDEU SUA IRMÃ, SEU CUNHADO E SEUS DOIS SOBRINHOS NESTA TRAGÉDIA. ESTOU REALMENTE MUITO TRISTE... FALTA PREVENÇÃO, FALTA GESTÃO...


QUE VERGONHA BRASIL... QUE VERGONHA RIO DE JANEIRO... SINTO POR NÓS... SINTO POR TODOS... QUE DEUS NOS AMPARE E NOS PROTEJA!!!

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

PÁTRIA MADASTRA VIL DE CLARICE ZEITEL

"PÁTRIA MADRASTA VIL"


Onde já se viu tanto excesso de falta? Abundância de inexistência...Exagero de escassez...Contraditórios? Então aí está!
O novo nome do nosso país! Não pode haver sinônimo melhor para BRASIL.
Porque o Brasil nada mais é do que o excesso de falta de caráter, a abundância de inexistência de solidariedade, o exagero de escassez de responsabilidade.
O Brasil nada mais é do que uma combinação mal engendrada - e friamente sistematizada - de contradições.
Há quem diga que "dos filhos deste solo és mãe gentil", mas eu digo que não é gentil e, muito menos, mãe. Pela definição que eu conheço de MÃE, o Brasil está mais para madrasta vil.
A minha mãe não "tapa o sol com a peneira". Não me daria, por exemplo, um lugar na universidade sem ter-me dado uma bela formação básica.
E mesmo há 200 anos atrás não me aboliria da escravidão se soubesse que me restaria a liberdade apenas para morrer de fome. Porque a minha mãe não iria querer me enganar, me iludir. Ela me daria um verdadeiro Pacote que fosse efetivo na resolução do problema, e que contivesse educação + liberdade + igualdade. Ela sabe que de nada me adianta ter educação pela metade, ou tê-la aprisionada pela falta de oportunidade, pela falta de escolha, acorrentada pela minha voz-nada-ativa. A minha mãe sabe que eu só vou crescer se a minha educação gerar liberdade e esta, por fim, igualdade. Uma segue a outra...Sem nenhuma contradição!
É disso que o Brasil precisa: mudanças estruturais, revolucionárias, que quebrem esse sistema-esquema social montado; mudanças que não sejam hipócritas, mudanças que transformem!
A mudança que nada muda é só mais uma contradição. Os governantes (às vezes) dão uns peixinhos, mas não ensinam a pescar. E a educação libertadora entra aí. O povo está tão paralisado pela ignorância que não sabe a que tem direito. Não aprendeu o que é ser cidadão.
Porém, ainda nos falta um fator fundamental para o alcance da igualdade: nossa participação efetiva; as mudanças dentro do corpo burocrático do Estado não modificam a estrutura. As classes média e alta - tão confortavelmente situadas na pirâmide social - terão que fazer mais do que reclamar (o que só serve mesmo para aliviar nossa culpa)...Mas estão elas preparadas para isso?
Eu acredito profundamente que só uma revolução estrutural, feita de dentro pra fora e que não exclua nada nem ninguém de seus efeitos, possa acabar com a pobreza e desigualdade no Brasil.
Afinal, de que serve um governo que não administra? De que serve uma mãe que não afaga? E, finalmente, de que serve um Homem que não se posiciona?
Talvez o sentido de nossa própria existência esteja ligado, justamente, a um posicionamento perante o mundo como um todo. Sem egoísmo. Cada um por todos.
Algumas perguntas, quando auto-indagadas, se tornam elucidativas. Pergunte-se: quero ser pobre no Brasil? Filho de uma mãe gentil ou de uma madrasta vil? Ser tratado como cidadão ou excluído? Como gente...Ou como bicho?

Premiada pela UNESCO, Clarice Zeitel, de 26 anos, estudante que termina faculdade de direito da UFRJ em julho, concorreu com outros 50 mil estudantes universitários.
Ela acaba de voltar de Paris, onde recebeu um prêmio da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) por uma redação sobre "Como vencer a pobreza e a desigualdade".
A redação de Clarice intitulada "Pátria Madrasta Vil" foi incluída num livro, com outros cem textos selecionados no concurso. A publicação está disponível no site da Biblioteca Virtual da UNESCO.

domingo, 2 de janeiro de 2011

2011 - SATHYA SAI BABA

Pensamento para o Dia 01/01/2011


“Não perca tempo especulando sobre o que acontecerá neste Ano Novo. Se suas ações são boas, seu futuro está fadado a ser bom. O futuro da nação depende de suas ações. Deus é um observador. Ele não o protege nem castiga. Cada um é responsável pelo seu prazer ou dor. Neste Ano Novo, desenvolva sentimentos novos e sagrados e faça todo mundo feliz. Não se esforce pelo dinheiro, se esforce pelo amor. Depois de desenvolver amor, não haverá espaço para más qualidades como raiva, inveja, etc. Se seus pensamentos e ações são bons, seu futuro está fadado a ser bom. Então, todo o país, ou melhor, o mundo inteiro prosperará. Ore pela paz e a prosperidade de todo o mundo. A paz só pode ser alcançada pela prática dos valores humanos.”

Sathya Sai Baba